René Lacoste, em 1927, num dos jogos da Taça Davis.
Paris era uma festa quando o jovem René Lacoste comunicou ao pai que não faria a sonhada faculdade de engenharia, mas sim jogaria tênis. Monsieur Lacoste pensou um pouco e resolveu concordar. Melhor tê-lo nas quadras do que enfurnado em saraus, bebendo absinto até altas horas da noite, pensou o eminente industrial, já escaldado com os surrealistas, que tomavam conta da cidade com suas esquisitices e liberação total. Mas estipulou um prazo: um ano para se estabelecer. Se não conseguisse, iria trabalhar na bem-sucedida empresa da família. O que nenhum dos dois imaginava é que o nome Lacoste tinha outro destino: encarnar um bichinho verde e sorridente e cair nas graças do mundo.
A primeira vez que o crocodilo foi visto publicamente, era uma criatura assustadora, com a boca cheia de dentes, o couro escamoso e um olhar mortífero. Um gracejo do tenista para entreter sua plateia durante a Taça Davis de 1927, nos Estados Unidos.
Resultado de uma aposta com o capitão do time, Pierre Gillou: se vencesse uma partida importante para a equipe francesa (ao lado de Jean Borotra, Henri Cochet e Jacques Brugnon, ele formava os famosos Mosqueteiros, que defenderam a França por seis torneios seguidos), o outro teria que lhe dar uma mala de couro de crocodilo – o que na época não era ecologicamente incorreto.
O fim do campeonato trouxe duas vitórias para o tenista: arrebatou a taça dos americanos, vencendo o lendário Bill Tilden, e provou que sua trajetória de sucesso iria muito além das quadras. A imprensa americana soube da história e começou a chamá-lo de O Crocodilo – em verdade, era o que ele parecia na quadra, se movendo freneticamente em ziguezague e perseguindo a sua presa sem cansar. Lacoste gostou do apelido. De brincadeira, pediu para o amigo Robert George desenhar o bicho.
O estilista Karl Lagerfeld retratou seu amigo e fundador da LACOSTE, René Lacoste, posicionando a assinatura da marca, o crocodilo, em um dos olhos de Lacostena comemoração de 75 anos da marca em Paris.
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